quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Capitulo 9- Surpresas.


   

   O túnel era escuro, úmido, fedido e cheio de animais e insetos indesejáveis. O túnel não tinha bifurcação, então só tínhamos uma direção a seguir. Andamos pelo túnel iluminando o caminho com nossos celulares que nos ajudavam a se desviar de baratas, ratos e lacraias. Trocamos poucas palavras depois da explosão. O que nós mais queríamos era achar uma saída. Botei a mão no bolso em busca do anel que eu achei e não o encontrei.
-Droga! –Eu murmurei.
-O que foi? –Perguntou Nick educadamente.
-O anel! Eu perdi!
   E com ele foi qualquer chance de descobrir mais sobre os assassinos.
-Está comigo. –Nick disse abrindo a mão amostrando o anel de prata.
-Você é... –Dei um abraço forte nele.
   Nossos rostos coraram e ficamos sem reação, tomados pela vergonha. Sou uma idiota.
-Bem... –Nick nos salvou. –Eu acho que estamos perto de uma saída.
-Por quê? Eu não vejo nada além de animais e insetos e o cheiro está piorando.  –Disse tampando o nariz.
-Estamos no esgoto da cidade, o chão está ficando mais úmido e o cheiro de esgoto já diz tudo.
   Depois de alguns minutos andando sem palavras, nós encontramos chão cimentado e com uma corrente de água suja repleta de lixo e outras coisas nojentas passando no meio.
-Eca! –Berrei.
-Isso! Agora só temos que achar uma esca... Ali! Vem sobe. –Ele disse apontando para a escada.  –Nós vamos sair pelo bueiro. 
   Eu fui primeiro. Subi a escada e empurrei a tampa. O ar fresco me fez relaxar. Finalmente livre. Sai e em seguida Nick saiu. Eu conheço esse lugar...
-Selena? –Uma voz feminina que eu conhecia me chamou.
    Olhei para trás e me deparei com Taylor. Ela estava com um sorvete na mão e um celular na outra.
-Taylor! –Agora eu lembrei. Eu estava na rua da Taylor.
-Depois eu te ligo, beijos. –Ela disse desligando a ligação do celular.
   Nós nos abraçamos forte. Tinha um tempo que eu não via minha amiga. Na verdade eu quase não via nenhuma das 2 fora da escola. Por falar em escola...
-Você não estava doente Taylor? –Eu perguntei.
   Taylor ficou rígida e quase deixou o sorvete cair. Depois ela soltou uma risada sem graça.
-Tudo bem, vou te contar a verdade. Eu matei aula para me encontrar com um cara. Eu quero que você o conheça, ele é lindo! Já disse que ele é musculoso? Ele é tão...
-Oi? –Nick disse rindo de leve. -Eu estou aqui gente.
-Ah desculpe! –Disse Taylor apertando a mão dele. –Depois te conto mais sobre o cara que eu conheci. –Ela disse dando um sorriso fofo.
-Tudo bem. –Eu disse.
    Taylor fez uma careta e depois se cheirou.
-Vocês estão sentindo? –Ela perguntou.
-O que? –Respondi.
-O cheiro de esgoto!
   Olhei para Nick procurando uma explicação.
-É-é não, não estou sentindo. Você esta sentindo Nick?
-Não! –Ele respondeu com uma péssima atuação. –Puxa! Já passou da hora! Eu marquei de me encontrar com a Miley hoje. Quer uma carona...
   Ele parou de falar por que lembrou que deixou o carro na estrada.
-Vocês querem carona? –Taylor perguntou. –Eu peço o carro para meu pai e levo vocês.
-Seria ótimo! –Eu respondi.
-Só um instante eu já volto. –Ela disse correndo para dentro de casa.
-Quase que ela nos pega. –Eu disse rindo para Nick.
-Por que ela não pode saber? –Nick perguntou.
-Quanto menos pessoas estiverem em perigo melhor.
-Então eu posso ficar em perigo? –Ele disse com um tom brincalhão.
-As meninas que costumam da chilique. –Eu disse rindo.
   Ele ia me responde mais Taylor chegou com a chave do carro.
-Toma. –Ela disse entregando para Nick. –Você dirigi.
   Entramos no carro. Nick na frente dirigindo e Taylor e eu na parte de trás. Nick ficou em silêncio o caminho todo. Taylor eu botamos o papo em dia. Eu quase não falava, eu tenho muitas novidades, mas para a proteção da minha amiga eu não podia falar nada. Taylor me falou sobre o garoto, mas não muito por causa de Nick. Papo de garota.
   Quando menos percebemos Nick estacionava o carro em frente a minha casa.
-Eu vou a pé daqui. Muito obrigado. –Ele disse saindo do carro também.
-Se você quer assim. –Ela disse com indiferença.
   Taylor saiu do carro e me abraçou.
-Até amanhã amiga. –ela disse. –Ate Nick.
    Ela entrou no carro e deu partida, em pouco tempo seu carro já havia saído do campo de visão.
-Amiga esquisita a sua. –Nick disse.
-Não fala assim dela. –Eu disse dando um tapa no ombro de Nick.
   Nos dois rimos e ficamos sem graça de novo. Mais uma vez Nick nos salva.
-Tenho que ir. Até a próxima. –Ele disse apertando minha mão.
-Até. –Eu respondi.  
   Nick foi embora e eu entrei em casa. O cheiro de macarronada fez meu estomago roncar. Lembrei-me que não almocei.
-Filha e você? –Perguntou minha mãe da cozinha.
-Sim. –Respondi.
-Eu estava preocupada! –Ela disse indo ate a sala com uma luva e avental de cozinha. –Cheguei em casa você não estava.
-Estava passeando com Nick mãe. Agora vou subir. Preciso de um banho!
   Comecei a subir as escadas correndo quando Brian falou:
-Você tem uma visita.
-Quem? –Eu perguntei.
-Está no seu quarto. –Brian respondeu.
   Subi por que sabia que ele não iria falar mais nada. Quando ele está assistindo jogo ele se esquece do mundo.
   Assim que cheguei ao corredor percebi que a luz do meu quarto estava acesa. Corri ate lá para saber quem era.
-Vaca! –Demi berrou com um short meu nas mãos. –Como você não me fala que comprou um short da Victoria Secrets!
   Dei uma risada. Era Demi. Revirando o meu armário.
-O que você está fazendo aqui? –Perguntei.
-Vim me informar. –Ela respondeu se sentando ao meu lado na cama. –Você e o Nick iam sair hoje, quero saber de tudo! Mas você não atendeu o celular, ai resolvi saber pessoalmente, mas você ainda não tinha chegado e sua mãe deixou eu subir e ai meu Deus! Você está fedendo!
   Não pude deixar de rir.
-Respira garota. Não teve nada hoje. Agora me deixe tomar um banho.
   Tirei o iphone do bolso da calça e junto saiu o anel, que caiu aos pés da Demi. Ela fitou o anel e depois me olhou.
-Onde você achou meu anel?
-Seu anel? –Não pode ser...
-Sim meu anel! –Ela estava alterando a voz.
-Esse anel não pode ser seu.
-Claro que pode! Ele é meu! Eu o perdi naquela noite... Droga! Falei de mais.  –Ela pegou o anel e guardou no bolso da calça. –Eu tenho que ir.
-Demi calma! –Eu disse.
   Mas ela não me deu atenção e saiu do quarto.

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